Os times portugueses surpreenderam, deixaram para trás o favoritismo de rivais de peso e avançaram na liga milionária
Os Leões e as Águias são os representantes portugueses nas oitavas da Champions. O Sporting avançou no grupo C, ao lado do líder Ajax, e deixou para trás os aurinegros do Borussia Dortmund que dividiam o favoritismo do grupo com os holandeses. Já o Benfica não foi páreo para o Bayern de Munique, mas deixou o histórico Barcelona de fora das oitavas. Com isso, as principais surpresas na Champions vieram justamente por conta dos avanços dos portugueses.
Portugal repete o melhor desempenho coletivo quando, na temporada 2016/17, Porto e Benfica passaram da fase de grupos
Portugal tinha a possibilidade de colocar, pela primeira vez na história, três clubes nas oitavas, porém não conseguiu. O Porto acabou sendo derrotado pelo Atlético de Madrid na última rodada e ficou de fora do que seria a 13ª participação dos dragões nas oitavas. Registro que fica atrás apenas de Real Madrid, Bayern, Barcelona, Chelsea, Arsenal e Juventus.
Mas indo direto ao sorteio, ou melhor, aos sorteios. A polêmica das bolinhas protagonizou uma das maiores vergonhas da UEFA nos últimos tempos que errou ao separar as opções de times disponíveis em um dos confrontos, provocando que tudo fosse refeito. E quem se deu mal nessa foi o Sporting.

Os Leões haviam tirado a Juventus como adversário. Por mais de todo tradicionalismo, os italianos eram uma das opções mais acessíveis no Pote 1. O trabalho de Allegri passa por uma classificação convincente na Champions, mas com atuações irregulares e amargando o meio da tabela no campeonato nacional. Por isso, o Sporting tende a lamentar, pois era um confronto equilibrado e com boas chances de avanço.
Porém, a sorte foi ralo abaixo na segunda vez. Agora, os sportinguistas enfrentarão o poderoso Manchester City.

O City era um dos bichos-papões do sorteio. Não só por serem os atuais campeões ingleses e finalistas da última Champions, mas pelo trabalho de longo prazo com Guardiola. Um esquema de jogo forte, consolidado e ofensivo e que diante das dificuldades que o adversário impõe, conta com muita qualidade técnica individual dos jogadores para superar.
As chances do Sporting caem consideravelmente por isso. A Juventus tem um modo de jogo mais físico e de postura mais defensiva em relação aos citizens que, por sua vez, é similar ao do Ajax, clube que os portugueses enfrentaram na fase de grupos e perderam, de goleada, em duas oportunidades: 5×1 e 4×2.
A melhor campanha do Sporting na competição foi em 1982/83, quando alcançou as quartas de final da então Taça dos Campeões
Um dos fatores que pode ser a base da classificação do Sporting é a coletividade. Rúben Amorim conseguiu montar um time competitivo sem grandes vaidades, mesclando a juventude e a experiência, peças fundamentais no sucesso de qualquer clube. Dentro dessa lógica, Coates, Palhinha e Pedro Porro são pilares no meio e na defesa. Mais a frente, Pedro Gonçalves, Sarabia e Paulinho dão conta do recado.
Não será fácil, mas o Sporting já mostrou que não é peixe pequeno nesta Champions, ainda mais sob a batuta de Rúben Amorim.
Se falamos de um Sporting que a viu a sorte ir embora no segundo sorteio, o Benfica teve o azar do início ao fim. Os encarnados saíram logo de cara contra o Real Madrid. Confronto por si só já seria complicado, uma vez que o Real é o maior vencedor da competição com 13 títulos, mas também seria uma reedição da final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, a atual Champions, de 1961/61 quando as águias levaram a melhor diante dos merengues com show de Eusébio.
Mas o destino tratou de colocar o Ajax no caminho da Luz. Os holandeses, que tiveram no grupo do Sporting, são favoritos no duelo com os encarnados. Tem um trabalho de longo prazo com Erik ten Hag com o DNA ofensivo do clube, estiveram 100% nos grupos e tem o poder do matador Haller. O atacante franco-marfinense é o artilheiro desta edição com 10 gols, sendo que balançou as redes em todos os jogos até aqui.
Se permitam a analogia, o time de Jorge Jesus é como um jovem universitário ou como um bêbado após sair do bar. Tem inegavelmente muita habilidade e talento, mas não consegue manter a constância de desempenho e, por isso, irrita-se facilmente. É o retrato do Benfica nessa segunda passagem do Mister.

O Benfica estar nas oitavas é um retrato da vitória emblemática por 3 a 0 contra o Barcelona, em Lisboa. A partida contou com os gols decisivos de Darwin Nuñez, a velocidade e habilidade de Rafa Silva e o espírito guerreiro de Otamendi na defesa. O tripé representou bem o que foram os encarnados.
Além deste trio, outro jogador que foi crucial foi João Mário. Curioso que o meia foi campeão português na última temporada pelo Sporting, clube por onde teve quase toda a sua formação como atleta, e agora é peça-chave no rival de Lisboa. Com sua visão de jogo, cadência no passe e técnica apurada, comanda e dita o ritmo do time de Jorge Jesus. Entretanto, faltou regularidade e companhia para o português, um dos motivos dos tropeços do Benfica.

Vlachodimos e Otamendi representaram o Benfica no melhor 11 da fase de grupos da Fantasy da Liga dos Campeões. João Cancelo, do Manchester City, foi o outro português na seleção.
Em resumo, os portugueses tem tarefa complicada nas oitavas. Não são favoritos nos seus duelos, pelo contrário, se avançarem, seriam considerados zebras. Entretanto, o apoio da torcida e a determinação dos jogadores podem equilibrar essa balança e competir em igualdade pela classificação. Lembrando que a partir desta edição não há mais o critério do gol fora de casa.
Uma variável importante e imprevisível são as partidas disputadas apenas daqui a três meses. O Sporting joga nos dias 15 de fevereiro e 09 de março, já o Benfica em 23 de fevereiro e 15 março. Portanto, há muita coisa para acontecer até lá.
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