Seferovic perde um gol sem goleiro nos acréscimos, mas não apaga a brilhante estratégia e resultado do Benfica fora de casa
Nesta terça (23), o Camp Nou, casa do Barcelona, presenciou uma final antecipada na Liga dos Campeões. Pelo grupo E, uma simples vitória garantiria o Barça nas oitavas. Do outro lado, o Benfica buscava no mínimo o empate para levar a decisão para a última rodada e foi o que aconteceu.
Jorge Jesus mandou a campo um time com surpresas. O lateral André Almeida na linha de três defensores, ao lado de Otamendi e Vertonghen, para substituir o lesionado Lucas Veríssimo. Isso mesmo tendo Morato e Ferro, zagueiros de origem no banco. Na frente, a opção por Yaremchuk e Everton, deixando Darwin no banco também foi uma mudança brusca em relação aos últimos jogos.
Apesar das mudanças, o que vale mesmo é quando a bola começa a rolar. Debaixo de muita chuva, os comandados de Xavi começaram propondo o jogo e dominando os primeiros 30′. Apesar disso, a primeira grande chance foi do Benfica. Aos 35′, na sequência de dois escanteios, Yaremchuk obrigou ter Stegen a fazer uma grande defesa. Na segunda, Otamendi acertou um belo chute e abriu o marcador. Porém, não contava que a bola havia saído pela linha de fundo na cobrança.
Daí em diante, o jogo foi ganhando em muita emoção. Embalados pelo canto incondicional da torcida culé, o Barça não conseguiu furar a defesa encarnada. Quando passavam, ou eram bloqueados por Otamendi ou paravam nas mãos de Vlachodimos. Os dois se sobressaíram, mas toda a linha esteve bem.
Por vezes criticado, Gilberto protegeu bem e, do outro lado, Grimaldo também. O espanhol até saiu extenuado de campo dando lugar a Valentino Lázaro, que jogou improvisado na esquerda, mas não comprometeu e deixou sossegado o coração benfiquista. Exceto quando Araujo marcou e, por alguns segundos, o Benfica esteve eliminado. Segundos que podem ter parecido eternidade até o bandeira levantar acusando o impedimento.
No fim, o Barça já caminhava com todos seus jogadores para frente, deixando espaços. Foi a hora que Pizzi passou para Darwin, que achou Seferovic sozinho para marcar. O suíço encobriu Ter Stegen, porém com a baliza vazia, jogou ao lado para desespero de Jorge Jesus, dos suplentes e de todos os torcedores benfiquistas espalhados pelo mundo.
Incrédulo no que estava vendo, Jorge Jesus se ajoelhou na beirada do campo. Detalhe é que os três jogadores que participaram da jogada entraram na etapa complementar. Depois disso, não houve tempo para mais nada. A partida terminou 0-0.
Na noite no Camp Nou, a estratégia encarnada correu perfeitamente. Segurou a juventude, as jogadas de velocidade e poucas vezes foi envolvido na troca de passes do Barça. O resultado foi gigante e dá boas chances de classificação na última rodada. Bem verdade que o gol perdido por Seferovic deixa um gosto amargo e a sensação que dava para vencer, mas não tira o placar conquistado.
Agora, basta cumprir o seu trabalho, no Estádio da Luz, diante do Dínamo de Kiev e contar com uma ajudinha do Gigante da Baviera. Para se garantir nos oitavos, o Barcelona não pode vencer o Bayern, em Munique.
Também nesta terça (23), porém mais cedo, o Bayern venceu o Dínamo por 2 a 1 e também a nevasca que caía na capital ucraniana. Como de costume, Robert Lewandowski marcou um golaço de bicicleta e abriu o placar. Coman aumentou a vantagem e Harmash descontou para os donos da casa, que marcaram o seu 1° gol nesta edição da Champions.
Com isso, no pior dos cenários, o Benfica já garante a presença na Liga Europa, uma vez que chega aos 5 pontos e, mesmo em caso de derrota para o Dínamo, não será ultrapassado pelos ucranianos.
Nos vemos daqui a duas semanas para a derradeira jornada deste Grupo E. Veremos se este falhanço de Seferovic fará ou não falta para o Benfica. Espero que não.
Futebol das Quinas 