De pênalti, Pizzi abriu o placar para o Benfica e Saka empatou logo em seguida deixando a eliminatória aberta
O embate entre Benfica e Arsenal, pelos 16 avos da Liga Europa, pode ser resumido em uma palavra: igual. Não é só um clichê porque foi um empate, mas que na prática foi realmente isso. Ambos vivem uma péssima temporada, cada time teve seu principal atacante em má fase e os dois disputavam mais a posse da bola do que propriamente o jogo.
A única imprevisibilidade foi a escalação do Benfica. Jorge Jesus manteve Helton Leite na baliza e promoveu a estreia de Lucas Veríssimo. O zagueiro, ex-Santos, fez seu primeiro jogo em uma competição europeia. Com isso, os Encarnados foram a campo com uma nova linha de defesa. Aliás, não tem sido novidade na temporada. Por ali já passaram Jardel, Ferro e Todibo. Estes dois últimos nem no plantel estão mais. Mas vamos ao que interessa, no jogo de hoje, Veríssimo ficou pelo lado direito, Vertonghen pela esquerda e Otamendi como líbero. Foi uma partida segura da defesa encarnada.
A promoção à titularidade de Helton Leite tem sido boa para a equipe. O arqueiro brasileiro fez uma partida sólida. Aos 17’ salvou o Benfica, porém aos 18’ quem salvou foi Aubameyang que chutou para fora após cruzamento perfeito de Belerín. O atacante de Gabão não esteve inspirado e perdeu essa chance e algumas outras. Passou em branco.
Quem não esteve nada bem também foi Waldschmidt. O atacante alemão também foi novidade nos 11 iniciais, mas não conseguiu acertar nada que tentou. E representa bem a primeira parte lusitana: sem inspiração. Arsenal esteve melhor, mas não soube converter. É o fundamental para o futebol.
Já no segundo tempo, uma jogada ensaiada de um escanteio curto, originou o pênalti para o Benfica. Rafa tentou cruzar e a bola parou no braço de Smith Rowe. O árbitro hesitou, mas marcou. Com a bola na marca da cal, Pizzi não falha. Faz o 1×0 e o seu 7º na Liga Europa 2020/21.
Mas o benfiquista não tem tido paz e nem tempo para comemorar. Dois minutos depois, Cédric acha Saka sozinho para marcar. Estava assim estabelecida a igualdade no marcador. E foi isso. Depois desses minutos de alegria, voltamos a programação normal. O encontro voltou a ser disputado na mesma velocidade de um carro a 30km/h. Muita posse de bola, porém sem grandes chances.
A fase das equipes não é a das melhores, talvez isso explique o receio. Só agora entendi o jogo, o medo de errar talvez fosse maior do que o prazer da vitória. Arsenal e Benfica estão longe de reconhecíveis. O Benfica venceu apenas 3 dos últimos 10 jogos e amarga a 4ª posição do Portuguesão. Já o Arsenal, figura na metade da tabela da Premier League.

Uma disputa igual. Um jogo normal, sem muitas emoções. Afinal, vem sendo assim a temporada de ambas as equipes. De cada lado, o torcedor tem o mesmo motivo de estar nada feliz com o desempenho no campeonato doméstico. De 10 no jogo, somente o número de impedimentos da equipe do Arsenal. No primeiro tempo, bastava uma bola enfiada no ataque que logo o bandeirinha levantava o seu instrumento de trabalho.
Na quinta que vem (25), Atenas será o palco da decisão da eliminatória. A Inglaterra exige que cada pessoa que chegar no país deve cumprir 10 dias de isolamento. Como isso não será possível, o jogo será levado para a capital grega. A espera é de que os deuses gregos contagiem o bom futebol e tenhamos uma odisseia pela Liga Europa.