Palmeiras é bicampeão da Libertadores, mas essa não é a notícia principal
Bom, na primeira linha faço questão de não enganar o meu leitor. Quando me refiro a espetáculo não estou me referindo à partida, infelizmente. Espetáculo foi a melhor forma que podemos definir o que aconteceu no Maracanã. É totalmente descabível a presença do que a Conmebol diz ser 5 mil. Não é preciso contagem de pessoas ou até mesmo o IBGE. Era preciso somente de senso para entender que ali tinham muito mais pessoas inexplicavelmente no meio de uma pandemia.
É inacreditável. Não é preciso o Centro de Operações de Emergências dizer que toda a cidade do Rio está em risco elevado de contaminação. Ou especialistas dizerem que a movimentação pode trazer variantes do coronavírus, que ainda não registra casos no Rio. Bom, parece literalmente um espetáculo, só que dantesco.

Poucos sabem, mas lhes devo alertar: esses 10% da capacidade do Maracanã que esteve liberado são aproximadamente 7,8 mil presentes. No mesmo mundo e no mesmo dia em que vivemos, há uma pandemia. O Brasil já soma aproximadamente 222.666 histórias perdidas, que correspondem a 10% das mortes de covid no mundo.
Não poderia deixar também de parabenizar o Palmeiras. Ao Abel Ferreira, não poderia haver melhor título para ser o primeiro dessa ainda breve carreira. O jogo não foi brilhante, nem esteve perto. Talvez, ontem, o jogo do acesso do Juventude foi melhor tecnicamente. Aliás, foi do Jaconero que saiu o jogador que fez o gol do bicampeonato do Verdão: Breno Lopes.